sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Viagem


Quem é alguém que caminha
toda a manha com tristeza
dentro de minhas roupas, perdido
além do sonho e da rua?

Das roupas que vao crescendo
como se levassem nos bolsos
doces geografias, pensamentos
de além do sonho e da rua?

Alguém a cada momento
vem morrer no longe horizonte
do meu quarto, onde esse alguém
é vento, barco, continente.

Alguém me diz toda a noite
coisas em voz que nao ouço.
Falemos da viagem, eu lembro.
Alguém me fala na viagem.

Joao Cabral de Melo Neto

Para ilustrar a poesia, foto sacada no Parque Natural de Somiedo, Astúrias, na Espanha, janeiro de 2009...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

da arte de montar quebra-cabeças...


A loira liga para o celular do namorado:
- Mor, oi, sou eu... Tô com um problema enorme.
- O que houve querida?
- Eu comprei um quebra-cabeça, mas é muito difícil.. As peças não encaixam...
- Meu amorzinho, eu já te ensinei a montar vários tipos de quebra-cabeças, né? Primeiro você tem que achar os cantinhos... Esqueceu??
- Eu sei, lembrei que você disse isso, mas é que eu não consigo encontrar os cantos...
- Ok... Qual é a figura? Deve estar desenhado na caixa... Diz o namorado.
- É um tigre... Responde, apreensiva.
- Tigre? Não me lembro desse quebra-cabeças... Se acalma. To indo praí.
Chegando lá, ela o leva até a cozinha e mostra o quebra-cabeça sobre a mesa. O namorado dá uma olhada, balança a cabeça, chora, dá um soco na parede. Conta até 10, três vezes e, após longo e pensativo silêncio, não agüenta e explode:
- Bota já os Sucrilhos de volta na caixa!!!

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Obs: tudo feito meticulosamente com a minha mao esquerda. CTRL+C da piada que a Tia Lena me mandou por mail; abertura do blog (mais fácil porque já está em Meus Favoritos e aí é só um clique - acho que você deveria fazer o mesmo... rs), CTRL+V em Nova Mensagem; foto improvisada rapidamente em cima da mesa da cozinha (me deu fome e até comi umas peças do quebra-cabeça); envio através de bluetooth do meu cel para o laptop e tcharan, aqui está! beijo, me liga porque fica mais fácil. dói.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O bagulho é sério


Dando continuidade a série L.E.R, hoje fui ao ortopedista e saí de lá imobilizada. Uma semana com blog bem basiquinho mesmo, mas sempre sem perder o humor. Deixo uma Carol Warhol pra quem nao me vê há muito tempo e está com saudades. Eu também estou morrendo de saudades suas. Dói.

terça-feira, 28 de julho de 2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

LER

Estou com L.E.R, entao o que me resta é ler... Ajudo para quem nao sabe: lesao por esforço repetitivo, bendito seja a má postura digitando...

Desculpem meus seis leitores, mas os posts desta semana serao curtinhos, nao posso forçar a barra, tô na base de antiinflamatório.

Hoje eu tive uma grata surpresa, vi uma baleia se deliciando nas águas de Ipanema. Salve!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Mulher Melancia


A foto de hoje é uma homenagem à Mulher Melancia, um resumo da vulgaridade brasileira e uma síntese das curvas nacionais salve salve idolatradas.

Peço perdao à negra-estátua, mas caiu como uma luva para a inspiraçao do dia, ainda mais porque ela sempre ficou ali, na minha estante, ao lado desta câmera que minha avó me deu quando me formei. Nao é poético? Marcelo, obrigada pela lembrança de Cuba! E, reparem bem, a moça leva exatamente a fruta-título na cabeça!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nos queremos muito

Nos queremos muito, mas nos encontramos só às vezes. É uma espécie de clube do analista, temos até nome: MVTO 15. Parece sigla de grupo terrorista, nao? Mas somos bem pacifistas, a favor de uma vida leve, com graça.

Estamos juntas desde o final da década de 90. Os encontros nao sao tao frequentes quanto na época da faculdade, mas as experiencias, as conversas, ah, estas sim, estao cada vez melhores, e maiores, intensas e mais complicadas! Hoje, cada uma segue sua vida, nos encontrando menos do que gostaríamos, mas quando a reuniao acontece, é uma explosao. Explosao de sentimentos, de alegrias, de histórias.

Há alguns anos já nao conseguimos mais reunir as 11 integrantes. Ora uma mora fora, ora outra está viajando, trabalhando até mais tarde, doente, enfim, mas a chama está lá, sempre acessa. Os locais dos encontros mudam, mas a essência é sempre a mesma. Sempre falamos (e muito!) sentadas em volta de comidinhas e álcool. Nao, a bebida nao é o primordial, nem todas bebem, mas vamos combinar que uma cervejinha sempre cai bem para acompanhar as “trocas de ideias”. Alguém já fez amizade bebendo leite? Bom, de repente sentado na padaria bacaninha numa manha de domingo pode até ser…

Mas o curioso de todo esse movimento é que nós, meninas lindas, finas, educadas e refinadas nos amamos muito, nos queremos muito, somos uma bem diferente da outra, apenas a profissao nos une, e o mais engraçado é que nos damos super hiper bem umas com as outras, nunca brigamos, nunca nos desentendemos e, o que mais nos impressiona, é que nunca saímos juntas para uma festa, por exemplo! Isso é muito engraçado! Claro que às vezes umas duas ou três saem para um chope, um café, um aniversário de uma amiga de amiga, mas as 11 nao têm amigas em comum, nao nos ligamos com frequência, nao vivemos o dia a dia uma das outras, mas quando o MVTO 15 acontece parece que estamos sempre próximas, a sintonia é total.

O post de hoje foi dedicado as Fês, Má, Pa, Su, Mel, Flavitcha, Rafa, Dani e, claro, Kiki, que está sempre em pensamento. Alias, poderíamos começar a fazer atas das reunioes e mandar via email para que a moça mesmo lá de longe nos acompanhe.

A foto acima é no Parc da Ciutadella, onde muitos grupos de amigos se reunem nos finais de semana em Barcelona. Saudades.

Metáforas da visao

Para refletirmos em tempo de tantas coisas "prontas" e "pré-definidas". Vim ao mundo para contestar, para quebrar regras, e o texto Metaphors on Vision, de Stan Brakhage, escrito na década de 60, me inspira:

"...Pode-se filmar com a câmera na mao e herdar mundos de espaço. Pode-se subexpor e superexpor o filme. Pode-se usar filtos do mundo, como a neblina e as chuvas, luzes desajustadas, néons com temperaturas neuróticas de cor, lente que nunca foi desenhada para uma câmera, ou mesmo uma lente que o tenha sido, utilizada porém em desacordo com as especificaçoes, ou pode-se ainda fotografar numa hora após o nascer do sol, ou uma hora antes do poente, naquele período tabu maravilhoso quando nenhum laboratório garante nada, ou pode-se sair à noite com um filme especial para a luz do dia, ou vice-versa. O cineasta pode-se tornar o mágico supremo, com chapéus cheios de todos os tipos de coelhos conhecidos. Pode, com uma coragem incrível, tornar-se um Mèliés, aquele homem maravilhoso que iniciou a arte cinematográfica na magia. Mèliés, porém, nao era bruxo, curandeiro, sacerdote ou feiticeiro. Ele era um mágico do palco, típico do século XIX. Seus filmes sao coelhos."

"...Caso você nao saiba, a magia está sediada no imaginável, e seu momento é aquele em que o imaginado morre, é perfurado pela mente e conhecido, em vez de apenas acreditado. Assim, a realidade estende sua cerca confinadora e cada um é encorajado a afiar a sua astúcia. O artista é aquele que pula esta cerca durante a noite, espalha suas sementes entre os repolhos; sementes híbridas, inspiradas tanto pelo jardim quanto pela floresta desnorteante, onde somente os tolos e os loucos passeiam. Sementes que requerem muitas geraçoes para, finalmente, se revelarem comestíveis. Até entao, elas permanecem invisíveis para quem mantém os pés no chao, embora proeminentes o bastante para que nelas se tropece. Sim, essas protuberâncias desagradáveis em meio a estas linhas perfeitas, "oh, tao perfeitas!", encontrarao seu momento para florecer... e entao serem cultivadas. Você fica realmente estremecido quando vê um crítico, a título de experiência, mascando ruidosamente alcachofras? Nao seria melhor atirar aventais e babadores na xaropada acadêmica que daí resulta?"

Muito inspirador, nao? Obrigada Paula Gaitán pela sugestao de leitura.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

um artista marginal


Ando numa fase artista-marginal. Me alegro quando vou caminhando e vejo os muros e paredoes com pinturas com o linguajar da rua. O conceito do grafiti chegou com força total e está ganhando cada vez mais espaço. Pessoas que antes torciam o nariz para a arte que se vende ao ar livre hoje já se impressionam com os rabiscos coloridos que dao vida a alguns pontos do Rio, como o paredao do Jockey, por exemplo.

Mil vezes arte de rua nas ruas do que pixadores que escalam prédios em busca de um lugar mais alto para registrar ali seu nome, apelido, facçao, seja qual for a marca idiota que queiram deixar pela cidade e que nao transmitem mensagem alguma, apenas emporcalham fachadas de belos edifícios.

Sou uma fa incondicional do Banksy, um artista inglês que surgiu em Bristol e hoje espalha seus stêncils por todo mundo, mas a onda dele é diferente. As intervençoes deixadas por Banksy sao extremamentes estudadas e irônicas. Sua identidade nao é reconhecida, seu rosto nunca foi fotografado, e hoje já existe um mito em torno do artista.

O cara planeja "decorar" nao só muros, mas também invade museus como se fosse um visitante normal e pimba!, pendura, no lugar de um quadro bucólico de Van Gogh, um outro quadro que faz paródia com o que estava ali pendurado... e, enquanto a segurança do local nao percebe, ali fica a brincadeira, e o mais engraçado sao os reais visitantes do museu que ficam parados em frente a uma obra que "parece mas nao é" e ficam ali admirando, nao entendendo muito bem...

Há alguns anos Banksy já fazia este tipo de trabalho, mas cada vez está mais ousado e famoso e, suas pinturas, que antes nao tinham valor de mercado, hoje somam cifras absurdas, em torno de 200 mil libras! Claro que existem aquelas pessoas que o consideram vândalo, mas para mim, ele é um artista, com uma sensibilidade que poucos têm hoje em dia. Adoraria postar milhares e milhares de desenhos que adoro, mas fica por conta de cada um de vocês caso interesse conhecer a obra do garoto, ou homem, nao se sabe quantos anos a criatura tem! Mas que continue assim, com esse mistério, com esse quê de subversao, porque fica mais interessante!

Obs: agradeço a minha amiga Zaria por ter me apresentado a esse tao genial artista. Uma pena que ela nao saiba ler português!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sergei Loznitsa

A terça-feira é dele! Lembrei de uma palestra que assisti com esse simpático realizador em Barcelona. Sergei Loznitsa nasceu em Belarus - antiga Uniao Soviética - tem fala mansa, ideias precisas, bem alinhavadas, e tudo em seu filme tem um propósito, quase nada é ocasional. Isso se deve ao fato do cara ser matemático de formaçao e, além de ser aparentemente uma pessoa fria, talvez pelo idioma que fala, russo, no fundo ele é bem seguro de si mesmo, pois ele sabe o que faz e utiliza técnicas de precisao.

Em conversa com um grupo de estudantes latino-americanos, ele revelou como cria seus vídeos, falou sobre a técnica para captar a atençao do telespectador, como por exemplo, o tempo das sequências que usa: 20` 10` 3` 9` 27` 50`, sendo que os 10 minutos iniciais devem ambientar o telespectdor, mostrar o espaço onde se passará a açao. Nos próximos 15 minutos algo muito interessante deve acontecer, e ainda deve-se adicionar som. Ruídos, músicas suaves... Depois do minuto 19 a base do filme já deve estar construída, e aí entao podemos desenvolvê-la. É importante alternarmos cenas de movimento com outras lentas... já no minuto 25 algo muito bom deve acontecer, e a duraçao de uma película ideal deve ser em torno de 88 minutos.

Assim, cheios de cálculos e regras, ele se contrapoe dizendo que as regras sao para serem quebradas e esquecidas... Segundo seus estudos, fica claro que certos códigos cinematográfico sao imprescindíveis para o bom andamento de um filme. Ele citou, por exemplo, que se observarmos vídeos alemaes, os nazistas sempre estao à esquerda da tela, como uma convençao, e o que ele gosta de fazer é montar um filme com imagens de arquivo e desconstruí-lo.

No You Tube quase nao encontro nada de sua autoria, talvez pelo fato da grafia dificultar um pouco a busca. E na página do autor, nao é possível visualizar nenhuma delas, apenas podemos conhecer os nomes de suas realizaçoes, mas deixo para todos vocês uma combinaçao bacana entre imagem e som. Blokada é um docu de imagens de arquivo da destruiçao de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, e a trilha sonora pontua e ressalta momentos interessantes.



De alguns outros filmes dele que já vi, gosto muito de Portrait, Landscape, Factory e The Train Stop. Estes sao literalmente um retrato de uma sociedade que luta contra o "passar do tempo" dada as mudanças políticas, sociais e econômicas da época. Pessonas simples ganham grandiosidade na tela. Seus gestos e "nao-gestos" sao captados com minúcia por Loznitsa.

E agora uma brincadeira que meus amigos do mestrado fizeram com o próprio: One Minute Portrait, parodiando um de seus vídeos. É um "nao-parar" criativo de Elkin, Christian, Simon, Luis e Ivan!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Magali resfriada

Hoje o dia está gris, cinza... mas parece que a Magali está mais contente do que eu com este tempo... ela resolveu dar uma volta e se molhar! Confiram:

domingo, 19 de julho de 2009

Reincidente


Sou reincidente. De novo repeti o que me distrai. Me internei em uma mesma sala de cinema para ver duas sessoes seguidas, e de filmes brasileiros. Adoro. Já escrevi recentemente sobre o assunto, e esta semana tive o prazer de ver A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele, e Jean Charles, de Henrique Goldman.

O primeiro me remeteu à era do cinema novo. O filme se passa na Amazônia, a fotografia é "suja", contra-luz, o áudio nao é dos melhores, e está cheio de situaçoes-milagres, ignorância e pobreza típicos da regiao. É impressionante nos darmos conta de como cada regiao do Brasil tem o seu misticismo, crenças e valores, e o filme consegue passar exatamente toda essa atmosfera. Muitos que assistiam saíram da sala, nao suportaram ver cenas de incesto, homossexualismo, violência, realidade nua, dura e crua. Já tinha lido que em Cannes também muitos abandoram a projeçao, onde o filme foi exibido na mostra Un Certain Regard. Aliás, A Festa... já abocanhou diversos prêmios: Melhor Filme na categoria Novos Diretores, no Festival de Chicago; 6 Kikitos de Ouro no Festival de Gramado, nas categorias de Prêmio Especial do Júri, Melhor Ator (Daniel de Oliveira, Melhor Fotografia, Melhor Música, Prêmio da Crítica e Melhor Filme - Júri Popular; 2 Troféus Redentor no Festival do Rio, nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Ator (Daniel de Oliveira); prêmio de Melhor Ator (Daniel de Oliveira), no 12º Festival de Cinema Luso-Brasileiro e 2 prêmios no Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles, nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Roteiro...

Jean Charles, para mim, foi tocante. Nao sei se é porque acabo de voltar de uma experiência fora, de ter presenciado algunas cenas parecidas, mas me emocionou bastante, vivi alguns pedaços daquela história que é a mesma de muitos outros brasileiros no exterior, seja em Londres, seja em Barcelona... a frieza dos gringos, a injustiça, enfim... para mim é um bom filme e, para outros, como pude ouvir comentários ao sair da sala de cinema, um lixo!

É engraçado constatar que o que é significativo para uns é repulsivo para outros. Acredito que quando vemos um filme depende muito de como "estamos" naquele momento. Já aconteceu comigo. Já vi pela primeira vez um filme e tive uma impressao, mas já da segunda vez me fez pensar em outros pontos que nao tinha parado para pensar. Viva a diversidade de gostos, que tem espaço (nao muitos, diga-se) para dramas e documentários, comédias americanas, e... brasileiras! O que nao pode parar é o show, é a indústria, é a criatividade, é a locomotiva, é a geraçao de empregos, a realizaçao de projetos e sonhos. Quem venham muitos outros Jean Charles, Cheiro do Ralo, Meninas Mortas, Diva, Mulheres Invisíveis, Kill Bill, Elephant, Tropas de Elite, infindáveis filmes que dividem opinioes mas que estao aí, para o público!

sábado, 18 de julho de 2009

High tech

Amo a praticidade do mundo moderno, e uma das coisas que mais me atrai sao os sistemas de "agendamento e lembretes". Nao durmo mais sem o despertador do meu celular ativado, que está programado para me acordar, de segunda a sexta, às 8h30. Nao vivo mais sem os post-its virtuais do meu computador que, na hora marcada, me avisam de determinado evento. Nao vivo mais sem o timer que fica na cozinha e me lembra das comidas que estao no forno. Nao vivo mais sem o agendamento deste próprio blog, pois, às vezes, estou inspirada e escrevo, de sopetao, vários posts e, desta forma, a página fica sempre atualizada, simples assim!

Mas toda maravilha moderna está suscetível a falhas, seja humana ou elétrica... em um sábado, por exemplo, eu tinha que acordar às 8h30, e pensei que o meu celular tocaria, mas esqueci que justo no final de semana ele nao está ativado! Erro meu! O aviso de um importante evento também nao foi lembrado porque eu nao estava na frente do computador na hora programada, e de nada adiantou o lembrete piscando na tela.. foi em vao... eu nao estava lá para conferir... outra vez erro meu!

O café nao ficou pronto na manha de uma quinta-feira pois faltou luz durante a madrugada e, sem energia, nao há aparelho elétrico que funcione... o lanche de domingo chegou à mesa frio... o restaurante, super-moderninho, que tem garçons anotando o seu pedido em um palm top, falhou no serviço pois a bateria do aparelho acabou e a minha sopa, que deveria chegar junto com os outros pratos da mesa, nao foi registrada... longa espera... depois de tantos percalços como este, parei para pensar em como nos deixamos levar pela era hight tech e como nos tornamos dependentes de trapizongas que antes nao existiam e a vida era até, digamos, mais serena, mais calma, sem o stress de tudoaomesmotempoagora.

Relaxamos, nos despreocupamos achando que aparelhos elétricos irao resolver a nossa vida, mas esquecemos que muitas vezes nos atrapalham, e que o bom e velho papel com caneta, este sim, nunca falha. Sempre à maos, pronto para sofrer qualquer alteraçao, digo, anotaçao de última hora... a nao ser que bata um vento... ou um copo de água caia por cima das letras e manche tudo... aí, foi-se o que era doce... resta nos fiar no que a nossa própria mente conseguiu registrar...

Foto tirada em viagem a Santander, na entrada do estacionamento do aeroporto, que até alguns dois anos atrás era apenas uma pista, mas hoje, com a modernidade, está repleta de aparatos tecnológicos para "facilitar" a vida. Participaram do "momento flash": eu, Isabel e Federico.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Anarriê


Ai, as festas juninas, julinas, que delícia! O mês está chegando ao fim e tive o prazer de participar de algumas dessas comemoraçoes em situaçoes bem diferentes.

A primeira foi uma experiência na zona oeste da cidade, na Barra da Tijuca, e o público, como posso definir? era bem, digamos, eclético. A festa aconteceu em um clube, em um sábado à noite, e reuniu famílias compostas por avôs, avós, tios, tias, maridos e mulheres com seus respectivos netos, sobrinhos e filhos. O clima de arraiá só aconteceu por causa da decoraçao da festa, com as bandeirinhas e baloes espalhados pelo salao e, para salvar a festa, a apresentaçao de um grupo (carioca, mas bem treinado) que dançou quadrilha e músicas arretadas.

Mas no quesito gastronomia (o que mais me interessa) foi um desastre! Fui à festa pensando nas delícias que iria comer naquela noite, mas fiquei decepcionada! As barraquinhas que deveriam vender as comidas típicas como pé-de-moleque, cocada e canjica só vendiam pizza, bolinho de bacalhau, brigadeiro! opa, será que eu estava na festa errada? nao entendi nada... Será que na Barra as pessoas nao aprenderam a fazer os quitutes típicos nordestinos? Bom, nao entendi até agora, mas uma barraca que vendia salsichao salvou, mas nem preciso dizer que a fila estava enooorme.

Outra festa da qual participei foi outra surpresa. Em pleno coraçao do Leblon, bairro metido à besta, o público da festa, mais caseira, de bairro, era formado por jovens que mais estavam interessados em mostrar a blusa quadriculada que tinham comprado na Raulph Lauren, e as tranças típicas dos cabelos das meninas foi substituída pela chapinha e formol... e as comidas, ah, as comidas: bom, eram comidas contemporâneas! dos restaurantes que existem na própria rua...

O último arraiá foi o na Fundiçao Progresso, uma casa de shows da Lapa. O clima foi dado pela presença paraibana de Elba Ramalho, entao, nessa festa, regada a Skol em latinha e algumas brincadeirinhas de pesca e bola na boca do palhaço, até que eu consegui me aproximar 50% do clima de Sao Joao... a cantora surgiu vestida de noiva e segurou um show com público animado até às 3h30, e pelo menos no quesito melodia tive em arraiá digno do Nordeste!

Ok, ano que vem vou pular a fogueira "in loco". Se nao conseguir ir ao Nordeste sigo para a Feira de Sao Cristóvao mesmo, reduto dos nordestinos que vieram ao Rio ganhar a vida! É, taí, ainda tenho alguns dias para dançar um forró coladinho lá na feira!

Ah, a foto ao lado, acima, nao está errada nao, é porque com tanto "ruído" em encontrar a festa de Sao Joao ideal parecia até que eu ainda estava comemorando a Páscoa!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Uma regiao apagada do mapa


Estou chocada. Nao é a primeira vez que os Estados Unidos me surpreendem por sua arrogância e ganância com relaçao ao resto do mundo, mas esta última notícia que recebi por email de uma amiga colombiana me deixou perplexa.

Simplesmente em alguns livros didáticos utilizados nas escolas americanas está circulando um mapa do Brasil alterado, sem a Amazônia, e a justificativa é que essa NOSSA área ao norte já é de domínio das Naçoes Unidas… Por que será? É uma jogada para formar cidadaos norte-americanos que já cresçam com o discurso de que aprenderam na escola que essa área é deles e podem explorá-la da maneira que lhes convém. Vai dar pano para manga isso. Dios!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

a cASA

Era uma casa
Muito engraçada
Nao tinha teto
Nao tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela nao
Porque na casa
Nao tinha chao
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Nao tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Nao tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero.


Vinicius de Moraes

Foto: Berlin dezembro de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Apertamentos

Estou em busca de apartamentos, e sempre soube que essa procura é difícil, mas o que mais me espanta é entrar em imóveis em zonas bacanas da cidade e que sao verdadeiros cubículos e com o preço do aluguel altíssimo. É a lei da oferta e da procura, e cada vez mais tem gente buscando a zona sul com medo da violência que assombra mais a zona norte... foi-se o tempo em que vivia-se bem na Tijuca, Grajaú e Vila Isabel.

Quando leio os anúncios todos parecem ótimas oportunidades, mas já nao me fio mais... todos descrevem os apertamentos como lindos, espaçosos... fui ver um que era um conjugado no Leblon, e quando eu estava subindo as escadas com o dono do imóvel ele já foi fazendo a propaganda: "na cozinha cabe fogao e geladeira" e eu pensando com os meus botoes, mas é claro, isso é o básico, mas quando cheguei na bendita moradia pude entender que sim, cabia uma chapa para aquecer qualquer coisa, uma geladeira que a porta abriria para a sala e uma máquina de lavar em tamanho miniatura dessas de quando a gente brincava de Barbie! Agradeci pela visita e saí correndo.

Hoje a saga continuou e vi outras aberraçoes: um quarto e sala em Copacabana que a geladeira ficava na sala e a corretora ainda me disse que é muito melhor, mais prático, no caminho do quarto (socorro! ainda tenho que ouvir isso!), e outro em Ipanema que a cozinha praticamente inexistia e, para completar, o prédio era residencial e comercial, ou seja, o vizinho era um dentista e o corredor cheirava a flúor!.. mas a busca só está começando!

Dois quartos razoáveis, com uma janela com vista, uma cozinha que você possa abrir os braços e um banheiro onde você possa dançar está praticamente impossível de encontrar pelos módicos R$1.500,00 que eu posso pagar. E mesmo assim, mesmo com um pouco mais de grana, sei que a busca também seria difícil, mas eu nao desisto, vi poucos ainda!

Esse post é só pra registrar a minha indignaçao com gente que mora em lugares sem o menor cuidado, sujo, velho, podre, mofado, com infiltraçoes... e também para reclamar com os próprios empreiteiros, que estao erguendo prédios nos quais, civilizadamente, poderiam morar seis famílias, mas, para o lucro ser maior e valer a pena o custo do empreendimento, planejam abrigar o dobro do que o ideal confortável... tem quem queira... e vende rapidinho... mas alô, alô, mínimo de bom senso! Seres humanos merecem moradias saudáveis, afinal de contas, a casa é o nosso abrigo, nosso refúgio, e precisa ser acolhedor! bom, pelo menos para mim... acho que deve ter quem prefira comer pizza na rua para nao precisar sujar a cozinha... e aqueles que só chegam em casa para dormir, e tanto faz se na sala nao cabe um sofá ou uma mesa de jantar... triste, muito triste, mas gosto nao se discute. Cada um no seu quadrado, ou melhor, cada um no seu cubículo. Inté!

Acima uma foto de uma boat house em Amsterdan... ai, ai... sem comentários...

domingo, 12 de julho de 2009

Poesia visual

Deixo um post para o fim de semana, lindo, de Brakhage. O cara trabalha o filme sem pós-produçao. Tem muita coisa boa dele na net, vale a pena conferir o trabalho para abrir a mente. Com vocês um dos mais delicados que adoro ver e rever: Dog Star Man. Sao superposiçoes de imagens e tem muito estudioso no assunto tentando desvendar quantas imagens estao em cima das outras.

sábado, 11 de julho de 2009

Nas nuvens


Lembro como se fosse hoje:

- Vó, o que você quer que eu traga para você de presente?
- Ah, minha filha, traga um pouquinho de nuvem!

Este diálogo sempre vem à minha mente quando vou viajar de aviao. Aos seis anos de idade, em minha primeira experiencia a bordo de um Boeing, fui a Disneyworld e achei que seria fácil voltar para casa com um pedaçinho do céu de lembrança. Nao preciso nem dizer o tamanho da minha frustaçao quando entrei no aviao e percebi que as janelas nao abriam! Ai, como eu era tolinha… (também ainda acreditava em Papai Noel). Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, fiquei arrasada! Como eu poderia voltar para casa e nao levar o que a minha avó tinha pedido? Milhares de desculpas passaram pela minha cabeça, nao sabia o que inventar… relaxei, me diverti horrores com Michey, Pateta e cia e, ao voltar, o pânico! O que dizer? Nada como uma mae criativa para me ajudar:

- Diga para ela que evaporou.

Ufa, resolvido o problema. Voltei cheia de histórias, fotos e com a resposta na ponta de língua! Vovó nem ficou brava!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ora, pombas!

Tenho pânico, pavor, fobia de… pombos! Essas criaturas nojentas que para mim sao ratos com asas parecem que estao se proliferando mais rápido que coelhos e baratas juntos! A cada andança na rua eu constato seu crescimento em ordem progressiva, e tais seres parecem que estao cada dia mais civilizados. Eles já nao se molestam tanto com a presença humana, com os passos rápidos dos pedestres, e estao cada vez mais agressivos. Lembro que quando eu era criança eu já era avessa a tal bicho com asas, e meu desagrado foi crescendo com o tempo, e a fobia chegou ao ápice quando, com 15 anos, meus queridos amigos do intercâmbio me colocaram, à força, em pleno centro da Piaza de San Marco, em Veneza. Chique nao? Nao, mil vezes nao, foi nojento! Pronto, a partir desde fatídico dia meu desespero piorou, claro, ao ponto de eu ter que atravessar a rua se visse um bando de criaturas reunidas atrás de comida em certo local. Com o tempo, consegui controlar o drama, mas como esses seres “voantes” estao cada vez mais abusados ultimamente tenho levado muitos sustos com voos rasantes em plena cidade. Se você está caminhando eles nao se afastam mais, e sim nós é que temos que mudar nosso rumo. Andando de bicicleta entao, parece que estou em um videogame tamanho a quantidade de vezes que tenho que desviar dos animais! Me dá uma vontade louca de atropelá-los (porque é muito fácil. Já reparou no asfalto e viu quantos bichos dessa espécie estao lá estatelados no piche? Repare só, e a cada dia mais! Socorro!) mas se eu acertar algum deles acredito que vou me sujar toda. Eca, nao posso nem imaginar a cena!

Lembro de um outro episódio que marcou minha vida, para pior. Foi há uns cinco anos atrás, eu morava no 16º andar, e um belo dia acordo com um grunido de um pombo que resolveu pousar na caixa do ar-condicionado do meu quarto! Terror e pânico. Assustada, nao pensei duas vezes e peguei a primeira coisa que encontrei perto de mim, um chinelo que estava debaixo da cama, e ploft! lançei ao aparelho e a dita cuja fugiu. Alguns minutos mais tarde, de novo o barullo. Gritei como uma criançinha chamando o papai e em alguns dias resolvemos o problema fechando o vao onde a bichinha cismou de fazer um ninho ou sei lá porque resolveu se instalar aí. Nao preciso nem dizer que até isso ser resolvido fiquei paranóica achando que piolhos de pombos ou outros tipos de doença pudessem entrar pelo ar e eu ficar doente! Nada aconteceu, graças a Deus, e aqui sigo com muita saúde, mas confesso que sempre tive medo de pegar alguna alergia, doença de pele ou coisa parecida.

Bom, toda esta história só para dizer que, além de transmitir doenças e emporcalhar a cidade, as areias das praias (sim, estou desempregada e vou à praia em pleno inverno pois a temperatura no Rio de Janeiro está uma delícia) estao cada vez mais poluídas com as fezes que esses bichos deixam na areia. Nao adianta nada multar e proibir que donos de cachorros nao possam levar à praia seus animais se os pombos dominam a cena e sujam muito mais. Pressuponho que um cachorro seja mais limpo que um pombo, pois, afinal de contas, é cuidado pelo dono, toma banho e, caso defeque na praia, é possível catar a “caca” no instante. Já os pombos, impossível. Ficam ali o dia todo bicando atrás de comida… Há alguns dias venho com medo de ficar com os pés para fora da canga. Quando me estico meus dedinhos começam a coçar, e estou pensando em comprar aquelas cangas gigantes só para nao precisar mais ter contato com a areia 100% do tempo que estiver ali estirada ao sol. O que fazer para controlá-los? Restos de migalhas sempre existirao espalhados, mas é claro que se a populaçao fosse um pouquinho mais educada nao deixaria, literalmente, pedaços de comida jogados pela rua. Final de praia é uma nojeira só. Muitos sacos de biscoitos Globo, papel de sorvete, copos de mate, sabugos de milho, ou seja, um banquete para os pombos! Alô, alô, galera, vá à praia mas recolha o seu lixo!

Ah, e para completar, acho que uma campanha para impedir que tiozinhos joguem milho para os pássaros nas praças cairia bem… mas aí é claro que ia surgir algum membro da sociedade protetora dos animais ou coisa do tipo que ia sair em defesa...

Para mim a soluçao é chumbinho neles! Comida farta nas praças só contribui para reuni-los em maior bando, sujar mais a cidade e ainda ajudar ao seu desenvolvimento e consequentemente sua reproduçao! Sou totalmente a favor de qualquer tipo de droga que faça com que esses bichos peçonhentos fiquem estéreis. Além de todos os tipos de doenças e alergias que eles podem transmitir, emporcalham monumentos e fachadas, e a soluçao encontrada por alguns estabelecimentos é colocar telas e até mesmo espetos para que pombos “sujismundos” nao pousem mais em seus telhados. Na Europa essa tática é comumente usada. Basta reparar para ver que a Notre Dame mesmo tem lá uma tela que evita que pombos façam ninhos em suas reentrancias… é o homem se adaptando ao meio…

Bom, termino este post de indignaçao com uma foto que simboliza muito bem o mal que esse bicho traz para a sociedade. Foi tirada no Parc de la Ciutadella, em Barcelona. Reparem na cabeça da estátua (que agora nao tenho a menor idéia de quem seja, algum tipo importante), com um animal pousado, e fezes escorrendo pelo rosto de tal personalidade. Niguém merece ser homenageado, ganhar uma estátua em praça pública mas ser, literalmente, “cagado” na cabeça para a porteridade!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Bazar de roupas

Com certeza, se você é mulher, principalmente, já parou e abriu as portas do seu armário e viu que existem várias roupas que você acha bacana mas nao as usa há séculos! Comigo aconteceu isso recentemente. Tenho muitas peças que adoro, mas simplesmente nao combinam mais com o meu estado de ânimo, minha idade avançada, meu estilo casual e alternativo, além daquelas que realmente nao entram mais pois cresci - alguns míseros milímetros para cima e muitos outros centímetros para os lados...

Bom, foi fazendo essa arrumaçao que tirei muitas vestimentas do cabide. Apaguei da minha cabeça aquela ideia que temos que um dia iremos usar tal roupa para determinada data e acaba que a dita cuja faz aniversário dentro do armário, fica lá entregue ao mofo, com as dobras marcadas de tanto tempo que já está dobrada, e nunca nem sequer a experimentamos e a levamos para dar um passeio no bairro... pobre...

Com a volta da minha irma esse sentimento de limpeza me atraiu e eu e ela conseguimos encher umas quatro sacolas lotadas de calças, vestidos, blusas, cintos e sapatos. Olhamos algumas peças e pensamos que muitas delas podem ser boas para tal pessoa, que combina com o gosto de fulana, que cairia melhor em beltrana. Entao, nos surgiu a vontade de fazer um troca-troca entre amigas.

Fiquei empolgada com a ideia e mandei email para as minhas amigas para saber se elas também tinham vontade de livrarem-se de algumas roupas, e agora falta combinar o dia para nos reunirmos e começar o bazar. Ainda nao sabemos as "regras", se cobraremos um valor simbólico por cada peça ou se vale mesmo trocar unidade por unidade, mas acredito que esse pode ser um jeito bacana de irmos às compras sem gastar, renovar o guarda-roupa e ter o sentimento de roupa nova para estrear!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Barcelona - um roteiro


Esse roteiro é para quem tem apenas três dias de turismo em uma das mais vibrantes cidades do mundo. Minha Barcelona querida, minha segunda casa. Ao fazer esse roteiro eu apertei algunas coisas para dar tempo de visitar tudo que eu considero mais importante na cidade. Claro que o ideal é ter quase uma semana, ou melhor, um ano, para conhecer cada detalhe, cada catalao, cada costume desse lugar que me proporcionou alegrias diversas. Mas seguem abaixo dicas de o que vistar depois de determinado lugar, seguindo uma lógica espacial. Bon profit!

1º DIA – CENTRO CIDADE ANTIGA

Sugiro começar o tour em Barcelona pelo coraçao da cidade e sua parte antiga. A Plaza Catalunya é a praça central de Barcelona, onde tudo acontece, e ponto de partida e referência para qualquer passeio. Lá tem um Corte Inglés gigante. É uma mega loja de departamento espanhola tipo uma Mesbla. Tem de tudo! Supermercado com gulodices ótimas, milhares de andares para roupas de homem, mulher, criança, andar de informática, cd, dvd, além de farmácia. É também uma multimarca de roupas... eu nao curtia muito essa parte nao, mas às vezes quebrava um galho, mas acho que todo turista tem que dar uma espiadinha. Nesta praça tem uma Fnac maravillosa - eu amava ir lá cheirar os livros, conferir os lançamentos e ver as novas tecnologias, videogames... No térreo da Fnac tem uma loja de cosméticos ótima, a Sephora. Tem perfumes, escovas, cremes, rímel, batom, tesourinhas, alicate, enfim, tudo do mundo da beleza…

Se descer a Plaza Catalunya em direçao ao mar você vai chegar às Ramblas. É nela que ficam os famosos artistas de rua. Barcelona é inclinada. Se estiver perdido, seus pontos de referência sao sempre as ruas, que têm uma leve inclinaçao. Parte baixa é o mar, e se a rua estiver subindo, montanha! Outros pontos de referência que dao para ver da maioria dos pontos da cidade sao a igreja Sagrada Familia, de Antonio Gaudí, e as torres Mafre, que ficam na beira da praia, além da Torre Agbar, famoso Pepinao, que à noite fica acesso e fica bacana…. Mas nao vale uma visita de perto nao… o bairro onde ele fica nao tem nada para oferecer, é feio, longinho, e a torre em si é só um prédio comercial.. mas à noite procure para dar uma olhada de longe…

Voltando às Ramblas, cuidado com a bolsa pois tem muitos oportunistas de plantao que aproveitam que você está tirando fotos e atacam sua bolsa sem você notar. Desça a Rambla e chegue na altura da rua Portaferrissa, do seu lado esquerdo. No lado direito você vai ver a Boqueria, um mercado que vende peixes, frutas e verduras. Vale a pena entrar para ver como é a vida do compra e venda da cidade, apesar de tudo ser um pouco caro pois é bem no meio da cidade e um ponto já turístico. Depois de um suco na Boqueria entre na Portaferissa ou qualquer outra paralela à ela, caminhe por entre as ruazinhas e você vai dar na Catedral da cidade. Vale a pena entrar. De lá siga para a Plaza del Ayuntamento (prefeitura), fica atrás da igreja. Perca-se com a maior tranquilidade por este bairro gótico. Depois de visitar lojinhas, andar olhando para cima para apreciar as casas e vitrais, pegue a rua Laietana no sentido subida e vá ao Palau de la Musica, é uma arquitetura lindíssima. Você estará subindo de volta, mas vale a pena. Depois, vá descendo a mesma Laietana (ou qualquer outra paralela à esquerda da Laietana) em direçao ao mar e entre para o bairro do Born pela calle Princesa, uma perpendicular a rua Laietana. Neste bairro tem o Museu Picasso na calle Montcada. Todo mundo sabe onde é! Nessa rua tem a Xampanyet, um bar de cavas, deliciosas, artesanais, uma garrafa custava 8 euros, e tem também embutidos saborosos. Siga a rua do museu até o final e você e vai dar em uma “ramblinha” do bairro, onde tem a igreja Santa Maria del Mar, lindíssima! Eu já morei ao lado dessa igreja, num terraço incrível, é tipo um baixo Gávea. À noite todo mundo desce para tomar cerveja na rua! A esta altura do campeonato você já deve estar com fome. Sugiro alguns dos muitos restaurantes que existem pelo Born. Eu amava comer na La Paradeta, de frutos do mar, fica escondido, numa rua atrás do antigo mercado municipal, ao final da “rambla” do Born, lado oposto à igreja, em uma rua sem nada, de paralelepípedo. Do Born siga para o Parc de la Ciutadella, fica atrás, na rua Passeig de Picasso. É gratuito, enorme, com um lago que no verao tem até barquinhos para andar, uma delícia. Eu sempre ia aos domingos, esticava a canga e ficava lá ouvindo musica, lendo um livro. Na saída lateral do parque você verá o Arc du Triumph. É enorme e lindo, tem um passeio para você dar uma andada e ver os prédios e árvores. Eu morava ali perto, na Calle Nápoles.

Depois do parque, siga andando pela rua Passeig de Colom. Você vai passar pelo porto, é um passeio longo, mas o intuito do turista é conhecer mesmo, nao? Bom, depois dessa andada você vai chegar no final da Rambla, aquela lá do início, que começa na Plaza Catalunya. Você vai ver uma estatua de Colón (nosso Colombo). Você estará no píer e lá tem um shopping pequeno. Depois dessa maratona, suba a Rambla e entre à directa na Plaza Real. É uma praça que é um quadradao com uma fonte ao meio e com vários restaurantes. À noite esse lugar fervilha, com opçoes de restaurantes e boates. Eu frequentava muito a Karma e o Sidecar, além de Les Enfants e Moog, outros dois clubs que ficam por ali perto. À noite, na Rambla, promotores distribuem flyers que dao desconto na entrada dessas boates.

2ª DIA – SAGRADA FAMÍLIA, CASA BATLÓ, LA PEDRERA, PARC GUELL

Comece o dia pela Sagrada Familia. Dê a volta em toda a igreja, é linda, magnífica, imponente, grandiosa. Dentro é um grande canteiro de obras, custa caro, uns 16 euros para entrar e, chegando lá dentro, está tudo em obras ainda, porque sabe-se lá Deus quando vai rolar dinheiro para terminar essa obra divina de Gaudi, mas se entrar tem que pegar o elevador para subir até a torre e lá de cima ver a cidade toda, até o mar! É lindo. Depois da Sagrada Familia vá caminhando em direçao a rua Passeig de Gracia, todos sabem qual é. É a rua principal que tem as lojas bacanas: Louis Vitton, Prada, Chanel, Dior, Carolina Herrera e as lojas para nós mortais: Adidas, Puma, Diesel, Zara. As lojas que fazem o maior sucesso por lá porque sao baratinhas sao Bershka, Pull & Bear, Stradivarius, Oysho, Intimissimi. No Passeig de Gracia você encontra a Casa Batló e logo mais acima o La Pedrera, ambos também obras de Gaudí. As duas sao imperdíveis, divinas, lindas e belas. Depois disso, eu pegaria o metro e iria ao Parc Guell. É um parque gratuito. Salte na estaçao Vallcarca. Lá é que tem o lagarto do Gaudi e aqueles bancos lindos de mosaicos que aparecem em tudo que é filme que é rodado em Barcelona. Depois do parque pegue o metro ou desça andando até o bairro de Gracia. A estaçao de metro que te deixa no coraçao desse bairro é a Fontana. Ande muito entrando nas lojinhas e ateliers desse bairro que há anos atrás era fora da cidade, mas como Barcelona cresceu ele foi englobado, e é por lá que vivem os mais alternativos, artistas, e tem uns cafés e restaurantes deliciosos. A carrer Gran de Gracia é a principal.

3º DIA – PLAZA DE ESPAÑA, MONTJUIC, RAVAL

Quando for visitar a Plaza de España reserve o dia para fazer essa parte de Barcelona nas montanhas. Chegue de metro nesta praça e vá caminhando, subindo, em direçao ao Museu Nacional de Arte da Catalunya (MNAC), mas do lado direito, e suba de escada rolante e vá ao Caixa Forum, um espaço cultural que sempre tem exposiçoes ótimas. Suba depois as escadas e lá atrás do MNAC tem o estádio de futebol do Español aberto à visitaçao e, depois, siga andando e você encontrará a Fundaçao Joan Miró e eu recomendo uma visita ao Pueblo Español, uma reproduçao de uma mini-Espanha, com cada cidade e regiao representada. Depois desse passeio vale a pena andar no teleférico de Montjuic e ir até o Castelo. No verao eles colocam cadeiras de praia e um telao ao ar livre e exibem filmes, uma delicia! Lá de cima a vista da cidade é linda, além de ser um ângulo diferente da vista do Parq Guell. Depois dessa visita você pode descer de ônibus ou em um outro teleférico e sair na praia de Barceloneta. Recomendo. Chegando na praia dê uma volta por esse bairo que há alguns anos atrás era o bairro de pescadores da cidade. Siga caminhando pela orla e você verá milhares de restaurantes um ao lado do outro servindo paellas e frutos do mar divinos. Caminhe até uma escultura em forma de peixe, e você verá também as torres Mafre na beira da praia, passará por um cassino, enfim, a orla foi revitalizada e é bem movimentada. Ao final você ainda pode conferir o zoológico que fica perto da estaçao de metro Ciutadella Vila Olimpica. À noite você pode ir jantar no bairro do Raval. É um bairro de imigrantes. É sujo, feio, pobre, e tem muita gente estrangeira morando por lá, e as putas também batem ponto. Nesse bairro tem o Centro de Cultura Contemporanea de Barcelona, o CCCB, e sempre tem coisa bacana rolando por lá. Na frente dele ficam vários skatistas praticando. Mas a pesar disso, se você souber andar pelas ruas principais (Carrer de Sant Pau ou Calle de L`Hospital), nao tem problema algum, e vale a pena ir até a Rambla do Raval para ver o gato de Botero e aí aproveitar e jantar em algum dos restaurantes que ficam ali perto. Vende-se muito kebab por ali pois é um bairro muçulmano. Perto dessa rambla ficam alguns dos bares que eu adorava ir: Marsella, para tomar um absinto no bar onde o próprio Guadi ia, e Sifó, com ótima música também.

Creio que com esse roteiro você tem uma noçao bem boa de como é a vida em Barcelona, o que essa cidade fantástica tem para oferecer e consegue entender porque todo mundo que visita esse lugar fica apaixonado!