segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

o ser criativo


Ok, vou voltar a ter disciplina de escrever por aqui diariamente. Não é um sacrifício, pelo contrario, amo, mas acho que ultimamente eu vinha com tantos questionamentos na cabeça que, por simples confusão mental e afazeres diários, deixei de lado. Não era preguiça, e sim foco em outras coisas, mil coisas.

Em mais alguns dias faço aniversário. O tema de fazer 30 anos não me assusta, pelo contrario, me faz ficar feliz e contemplativa de todos os anos incríveis que vivi, mas percebo que as inquietações estão sendo mais constantes. Acho que quando se completa 30, 40, 50, é um momento que você para e dá uma olhada para trás, para ver o que já construiu, e o que ainda precisa desconstruir.

Neste final de semana participei de uma palestra de três dias com Charles Watson no Parque Lage, sobre O Processo Criativo. Há alguns anos eu queria fazer esse curso, que acontece apenas uma vez por ano. Dessa vez eu estava preparada, e fui lá conferir. Abri os meus ouvidos para o que o artista, professor e pescador falava sobre criatividade. E como foi bom e necessário para mim, para o meu momento.

A cabeça, que vinha cheia de dúvidas, conseguiu ficar mais ordenada, e eu fiquei mais forte. Forte para ter coragem de saber agora o que eu realmente quero fazer: vídeo! E é isso o que eu vou fazer daqui pra frente, e com paixão, com emoção! Abaixo compartilho, em linhas gerais, ensinamentos do cara mais apaixonado pela vida que eu conheci pessoalmente.

Criatividade é o poder de mudar e transformar as coisas. É um processo, é curiosidade. É fruto da necessidade da existência de um problema. Mas os atos grandiosos de criatividade as vezes passaram por métodos sacrificantes. Charles mencionou, durante todo o curso, artistas das mais variadas áreas que, para chegarem onde chegaram, deram duro, muito duro. Estudaram, quebraram a cabeça, e alguns deles são: Darwin, Ayrton Senna, Einstein, Tiger Woods, Mozart, Beethoven, entre outros mil artistas e personalidades que ficaram anos estudando sua profissão para chegarem onde chegaram. Mas todos, sem exceção, não chegaram ao sucesso pelo simples fato que queriam ser famosos, e sim porque persistiram no sonho, investiram naquilo que amavam, que tinham um propósito. Passaram por etapas de preparação, incubação, iluminação e revisão.

Charles frisa o tempo todo que talento não existe! Existe dedicação! Talento é determinação, vontade, obstinação, busca do problema. São necessárias 10 mil horas para se incorporar um assunto. Só depois desse tempo que o corpo entende o que se quer.

Existem as motivações intrínsecas e as extrínsecas. A intrínseca é o prazer pelo prazer, e a extrínseca é o resultado dessa busca, ou seja, dinheiro, fama, prêmios. Mas não se deve fazer algo somente para buscar isso, pelo contrário, isso é consequência de um bom trabalho. A verdadeira arte não tem finalidade, não tem objetivo. O artista está sempre em uma eterna busca, em um processo. “A melhor arte surge da tentativa fracassada de dizer aquilo que não pode ser dito”.

Entender algo é acabar com o processo! O bom é pensar, repensar, refletir, aplicar a outras funções. As linguagens se transformam por causa das inquietudes dos artistas. O artista cria estruturas significantes e cada um dá um significado pessoal. Você não deve fazer coisas para agradar a alguém. Aplausos são apenas aplausos. Faça por você, para você.

Em resumo: descubra algo mais importante do que você mesmo e dedique a sua vida a isso! Sim, o medo irá existir, sempre, mas o erro também faz parte!

a legenda da foto? seja curioso, abrace o mundo! de gabriel audi, meu amor.